O acesso à internet por meio de computadores, tablets e, principalmente, smartphones é uma realidade para todos, incluindo crianças muito pequenas. Durante a pandemia do covid 19, esse acesso intensificou-se e, muitas vezes, perdemos o controle do conteúdo que nossos filhos acessam. Conteúdo esse que pode não respeitar a idade ou a fase de desenvolvimento da criança. Quais as consequências? A precocidade em acessar conteúdos inadequados às faixas etárias pode causar confusão na interpretação e compreensão de tais informações, podendo ocasionar alterações de comportamento e de humor, chegando a gerar ansiedade, medo e angústia nos jovens, que, na maioria das vezes, não conseguem identificar as causas.

 

As crianças e adolescentes estão em processo de formação, necessitam de acompanhamento e muito diálogo para a sua construção enquanto pessoas. Sabemos que a sociedade está em constante mudança, paradigmas são quebrados e as diferenças devem ser respeitadas para uma boa convivência social. No entanto percebe-se, cada vez mais cedo, o acesso a conteúdos relacionados à violência, à sexualidade, às drogas, entre outros; sem que haja maturidade para interpretar e discernir sobre certo e errado, sobre o “dizer não”, principalmente, sobre se defender de situações perigosas.

 

Percebe-se, claramente, por meio das Redes Sociais, uma linguagem inadequada, algumas vezes, muito agressiva, e que nos chama a atenção como um termômetro para identificar e compreender alguns movimentos que geram dificuldades de relacionamento social. Como exemplo dessa agressividade, temos o ciberbullyng e a “moda” do cancelamento por parte do vocabulário dos jovens. Mas será que, realmente, compreendem o significado e as consequências deles?

 

A autonomia na infância e na adolescência está em constante construção, devendo ser compreendida como algo a ser conquistado, dia a dia, nas pequenas coisas. Nessa construção, a criança e o adolescente precisam entender a importância do monitoramento por seus responsáveis, em que o objetivo não é criar medos e inseguranças, mas sim um ambiente seguro para seu desenvolvimento, seja esse ambiente físico ou virtual.

 

Por fim, deixamos uma reflexão para os pais ou responsáveis sobre a importância do acompanhamento dos conteúdos acessados por crianças e adolescentes, bem como em suas Redes Sociais, a saber: Com quem falam? O que conversam? Quais influências culturais estão recebendo? O que valorizam? É preciso estar atento às mudanças comportamentais bruscas, assim como é importante o diálogo contínuo com os filhos, para que barreiras afetivas não sejam erguidas e a distância em acessar seu mundo seja intransponível.