Autonomia do aluno: o limiar entre a autorresponsabilidade e o “deixar ir”
Publicado em 20 de março de 2023
Percebemos que uma das maiores preocupações da maioria dos pais é que seus filhos estejam preparados para encarar o futuro, mas acabam sendo superprotetores e, de certa forma, controladores. No entanto, a autonomia depende da diminuição da dependência dos pais e outros adultos (como professores, por exemplo), e tem como ganho maior segurança em relação as próprias capacidades. Por isso, para que a criança se torne autônoma, ela necessita ser “autorizada” por seus pais a crescer e se desenvolver, o que nem sempre é fácil.
Autonomia do aluno nos dias atuais
Em nossos dias, e em nosso contexto escolar, vimos como os pais entram em conflito ao precisarem deixar os filhos em casa, na maioria das vezes sozinhos, para assistirem as aulas online. Surge sempre a dúvida se estão dando autonomia ou se estão deixando-os sem monitoramento. Nesse sentido, uma das orientações seria uma checagem diária e/ou semanal de como se deu a realização das atividades escolares.
Outra preocupação dos pais, diz respeito a “como desenvolver a autonomia no adolescente sem perder a autoridade como responsável?”. Porém há uma grande diferença entre dar liberdade de decisão para os filhos e deixá-los fazer o que quiserem. Uma das coisas que podemos fazer é deixar que ele organize sua própria rotina, mas depois, conversar sobre como os horários foram organizados e o porquê. Caso perceba algum problema nesse planejamento, fazê-lo refletir sobre aquela decisão e suas possíveis consequências.
A importância da autonomia do aluno
A autonomia é uma das competências mais importantes no século XXI e deve ser desenvolvida ainda durante a infância. Vigotski (1995) denominava a autonomia do processo de autorregulação, a função psicológica superior que ela permite que o sujeito tenha controle sobre as outras funções psicológicas ao dominar sua conduta. Para ele, o sujeito constitui-se como autorregulado no momento em que consegue internalizar as regras, as normas, os costumes existentes no meio ao qual pertence. Portanto, o estímulo da autonomia deve começar desde muito cedo e quanto antes a criança aprender a solucionar os desafios que a cercam, melhor.
Notadamente, a autonomia da criança gera uma série de benefícios que vão além da sua habilidade social, ao que se estende à capacidade de pensar por conta própria e tomar decisões, de ser independente fisicamente, inteligente emocionalmente, autoconfiante e com uma boa autoestima. Não podemos esquecer ainda que para o desenvolvimento da autonomia, é importante que os filhos tenham vivências e experiências de vida, para isso, eles devem ser autorizados a experimentar o meio onde estão inseridos, que permitirá a construção de uma personalidade saudável.